Segundo associação, Brasil entrou para o grupo dos 14 países com maior potência de geração desse tipo de energia.
O Brasil ultrapassou a marca histórica de 10 gigawatts (GW) de potência operacional da fonte solar fotovoltaica, em usinas de grande porte e em pequenos e médios sistemas instalados em telhados, fachadas e terrenos, segundo informou a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
Segundo a Absolar, os sistemas fotovoltaicos instalados no país já representam mais de 70% da potência da usina hidrelétrica de Itaipu, segunda maior do mundo e maior da América Latina. “Isso reforça o papel estratégico da tecnologia no suprimento de eletricidade no País, fundamental para a retomada do crescimento econômico nacional”, destacou a associação.
Com o avanço, o Brasil entrou para o seleto grupo de países com maior capacidade instalada de energia solar acima de 10 gigawatts (GW). O país aparece na 14ª posição e é o único da América Latina no top 15 do ranking elaborado pela Agência Internacional parta Energia Renováveis (Irena).
A liderança mundial é da China (253,8 GW de capacidade instalada em 2020), seguida pelos Estados Unidos (73,8 GW) e Japão (68,6 GW). Veja ranking abaixo:
- China: 253,8 MW
- EUA: 73,8 MW
- Japão: 68,6 MW
- Alemanha: 53,7 MW
- Índia: 38,9 MW
- Itália: 21,5 MW
- Austrália: 17,3 MW
- Vietnã: 16,5 MW
- Coreia do Sul: 13,5 MW
- Reino Unido: 13,4 MW
- Espanha: 11,8 MW
- França: 11,7 MW
- Países Baixos: 10,2 MW
- Brasil: 10 MW
- Ucrânia: 7,3 MW
Maior fatia da geração vem dos telhados
Atualmente, as usinas solares de grande porte são a sétima maior fonte de geração do Brasil, segundo a Absolar. Os empreendimentos em operação estão localizados em 9 estados, nas regiões Nordeste (Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte), Sudeste (Minas Gerais e São Paulo) e Centro-Oeste (Tocantins).
As grandes usinas solares que fornecem eletricidade para o sistema interligado nacional, entretanto, respondem pela menor parte da capacidade instalada dessa fonte de energia. A maior fatia do bolo vem dos telhados.
No segmento de geração centralizada, o Brasil possui 3,5 GW de potência instalada em usinas solares fotovoltaicas, o equivalente a 1,9% da matriz elétrica do país. Já no segmento de geração própria de energia, são 6,5 GW de potência instalada.
Ao somar as capacidades instaladas das grandes usinas e da geração própria de energia solar, a fonte solar ocupa, agora, o quinto lugar na matriz elétrica brasileira. Recentemente, a solar ultrapassou a potência instalada de termelétricas movidas a petróleo e outros fósseis, que representam 9,1 GW da matriz elétrica brasileira”, informou a associação.
Além de diversificar o suprimento de energia elétrica do país, a geração de energia sola reduz a pressão sobre os recursos hídricos.
De acordo com a entidade, a fonte solar já trouxe ao Brasil mais de R$ 52,7 bilhões em novos investimentos desde 2012 e evitou a emissão de 10,7 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade.
“As usinas solares de grande porte geram eletricidade a preços até dez vezes menores do que as termelétricas fósseis emergenciais ou a energia elétrica importada de países vizinhos atualmente, duas das principais responsáveis pelo aumento tarifário sobre os consumidores”, afirmou o CEO da Absolar, Rodrigo Sauaia.
A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) destaca que, apesar do crescimento observado nas instalações, a contribuição da fonte solar no sistema energético nacional ainda é pequena, representando em 2020 apenas 1,7% da oferta de eletricidade.
“A baixa contribuição percentual se deve ao fato de o Brasil ter um parque gerador existente enorme, com grande contribuição de hidrelétricas, termelétricas e usinas eólicas, que ainda respondem pela maior parte da geração nacional. No entanto, segundo o Plano Decenal de Expansão de Energia 2030, a fonte solar deve aumentar sua contribuição nos próximos anos, chegando a 5% da geração total de eletricidade em 2030”, afirma a EPE.